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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O QUE FALTA A DORIVAL JÚNIOR?

Caro leitor, devoto da técnica e da raça, o futebol é um ambiente com lapsos de convicção sem muito espaço para certezas. Seguindo essa linha, uma delas é que Dorival Júnior está no seleto grupo de melhores treinadores do Brasil.
Dorival é um exemplo de profissional que ama o que faz, e por amar sempre busca estudar e se atualizar, deixando os resultados falarem por si. Pode-se dizer que Dorival Júnior se apresentou ao futebol juntamente com aquele Santos que encantou o país em 2010. A marca daquela equipe era o DNA ofensivo. A de Dorival também.
Dorival é um técnico vencedor que não estagnou. Campeão por onde passou, vencendo principalmente os campeonatos estaduais, é um exemplo de evolução. Para dar base a análise, utilizamos o seu trabalho mais recente, ainda em andamento no Santos. Campeão Paulista em 2015, finalista da Copa do Brasil no mesmo ano, campeão Paulista em 2016 e vice campeão brasileiro nessa temporada, o treinador utiliza uma metodologia aplicada nos treinos, modelos que vemos nas principais equipes do mundo. O treinador define o conceito de jogo em suas próprias palavras com "a busca pelo gol a todo momento", com os times sob a sua batuta sendo incisivos no ataque, tornando-o quase imbatível em casa, preocupando os adversários pela tática adotada de sufocar através da movimentação ofensiva, o que resulta em um belo espetáculo de futebol. 
No ano o aproveitamento da equipe ultrapassa 60% mesmo com os desfalques em convocações, transferências e contusões. Momento que o técnico mostra realmente sua capacidade de recriar, quesito onde Dorival vai além. Yuri é um meio campista que no final do campeonato virou zagueiro. Necessidade? Sim, de um futebol de qualidade desde a criação defensiva através da saída de bola. E não para por aí: marcação por zona, laterais apoiando verticalizando na ultrapassagem do meio campo, viradas de jogo buscando a quebra das linhas de marcação, tudo isso de acordo com o adversário, o que é visto no Santos era visto por exemplo no Bayern de Munique sob o comando do prestigiado Pep Guardiola. Dorival é um técnico que derrama suor tanto quanto os jogadores. Motivos que não convence alguns torcedores.
Pelo perfil e por fatos ocorridos com atletas ao longo de sua trajetória, muito se acredita que o técnico não tem o domínio do elenco. Suas substituições em partidas decisivas, com interferência para não realização até por parte dos jogadores envolvidos, dão suporte as conversas de bastidores sobre o clima ruim no vestiário. A eficácia do sistema defensivo também é pauta constante nas análises. Uma equipe tida como inexperiente para determinadas situações, principalmente em competições mata-mata jogando com a vantagem no placar. 
Levanto outra questão aqui tão importante quanto essas: E se Nilson tivesse aproveitado a chance e finalizado para as redes, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil do ano passado? A história do segundo jogo poderia ter sido a mesma, ou não. O Futebol possui fatores que não contam com a interfêrencia do técnico e nem com a sua responsabilidade.
O que falta a Dorival Júnior é um título. Um campeonato brasileiro, uma taça Libertadores... Estamos falando de um dos maiores técnicos brasileiros da atualidade e o segredo para o sucesso é a sequência de trabalho, assim como o Santos tem feito. 

                                                                                                                                        (Foto: Santos/ Divulgação)

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