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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

FILOSOFIA ALÉM DA TEORIA

Caro leitor, devoto da técnica e da raça, com o título do campeonato brasileiro definido na penúltima rodada, as emoções ficaram para a outra ponta da tabela. Com três das quatro vagas já definidas na zona do rebaixamento, Sport, Vitória e Internacional brigaram até os últimos minutos para ver quem daria adeus a primeira divisão este ano, e sobrou para o Inter a triste tarefa de disputar o acesso em 2017. O rebaixamento colorado aconteceu depois do empate em 1x1 com o Fluminense e da vitória do Sport em casa sobre o Figueirense, pelo placar de 2x0. Festa na ilha do Retiro e onde esteve o torcedor do rubro negro pernambucano no último domingo. Mas o saldo do Leão neste ano é negativo. 
O Sport teve um ano tumultuado. O então técnico Falcão, que deu sequência ao ótimo trabalho de Eduardo Baptista deixando o time há 3 pontos da zona de classificação para a Libertadores de 2016, foi demitido após a eliminação para o Campinense na semifinal da Copa do Nordeste. O escolhido para substituí-lo foi Oswaldo de Oliveira. Oswaldo é um técnico longe de ser unanimidade (até por parte da direção dos clubes que o contratam), mas seus trabalhos recentes o colocam como as opções sempre lembradas no mercado. Priorizando testes em modelos de jogo, Oswaldo é um técnico para planejamento à médio e longo prazo, técnico para iniciar a temporada, mas a mudança no comando ocorreu no meio e próximo a uma decisão de campeonato. A diretoria errou querendo acertar. Mas errou. 
A passagem de Oswaldo foi ruim. Com um aproveitamento de 36,7%, abre mão do cargo para dirigir o Corinthians após um convite do alvinegro. E esse é o momento chave para o futuro, o momento que o torcedor deve se atentar. A busca por um comandante para a reta final do campeonato é ousada e criativa. Segundo a imprensa de Pernambuco, nomes como o de Roger e Vagner Mancini são especulados, e isso chama a atenção pelos seguintes motivos: ambos são estrategistas, estudiosos de metodologias modernas de treinamentos e visitam grandes centros do futebol europeu visando o contato com grandes técnicos, observando diferentes conceitos, o que interliga a um passado recente de sucesso no clube com o também treinador Eduardo Baptista, adepto da mesma filosofia. E esta também a palavra chefe do trabalho do presidente João Humberto Martorelli. E a palavra não se trata de um discurso teórico (manteve Eduardo Baptista no cargo mesmo após as eliminações na copa do Nordeste e no campeonato Pernambucano, dando continuidade a um trabalho que quase rendeu o retorno à Libertadores da América). Após a negativa dos nomes contatados, Daniel Paulista, ex jogador, membro da comissão técnica é efetivado no cargo com a missão de salvar o Leão da degola. E o objetivo foi alcançado após os 8 jogos restantes com Daniel no comando. 

A CHAVE

A dois dias das eleições presidenciais do clube, cabe ao torcedor rubro negro a missão de avaliar qual dos candidatos trará a Filosofia do Leão da ilha de volta. Conhecido por criar um alçapão para os seus adversários, o torcedor é o termômetro desse clube, que oscilou entre ótimos e péssimos momentos nas temporadas 2015/2016. Por mais melancólico que tenha sido o ano, existe um legado deixado pela atual gestão. Agora é ver quem trará a filosofia para além da teoria.

                                                                                                                                         (foto: Marlon Costa/ Pernambuco Press)

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